"Editorial"ELES GRUDAM, SE MISTURAM E DEPOIS DESAPARECEM DO MAPA
Na campanha, em cima do palanque, igual ao casamento, todos juram ser fiéis na saúde e na doença. Prometem presença em todos os momentos, como as ondas do mar, nas mares alto e baixa, dependendo do balanço do navio. Ficarem juntinhos, do mesmo lado, mexendo na panela, quando as prateleiras esvaziarem, secas, sem nada.
Antes de o voto entrar na urna, como carrapatos, grudam no corpo, puxam o saco e bajulam. Dando liberdade, todo dia estão na cozinha e ainda levam as senhoras para ajudar na preparação da comida. No carro zerado, cheirando a novo, vão ao mercado, compram peixes, carnes, bacalhau, verduras e frutas, lotando à mesa.
Na precisão, quando o bicho pega, some, ficam escondidos, com medo de se contaminar. Agora, com a tragédia do coronavirus, maioria da classe política "tomou doril" e, na contramão, deixou o povo órfão. Passado o susto, vírus fora de circulação, todos voltam, terno novo, bem penteado, como se nada tivesse acontecido.