"Editorial"BOCA FECHADA NÃO ENTRA MOSQUITO NA MAJORITARIA
Pastoril do Natal e Ano Novo, murcho por causa da pandemia, ainda sequer começou a ser ensaiado. A dança do voto é diferente, exibe esperteza dos participantes e não admite amadorismo, como nos desfiles, sem maldade, das pastorinhas. Sem profissionalismo no voto, todos acompanham a mesma música, botando a massa de manobra debaixo do palanque.
As conversas naturais às vésperas das eleições sumiram do mapa, dando lugar aos fuxicos de pé de ouvido. Ninguém, de alta patente se arrisca dar um palpite sobre nomes cogitados para a eleição majoritária. Escapole pela tangente, bota o telefone celular na orelha e passa pela multidão, calado, sem oferecer uma opinião, colocando a língua de molho.
Até prefeitos fora da disputa fecham a boca quando provocados sobre preferência em 2022. Vereadores também se recolheram, não fazem indicações nem propõem nomes a corrida de governador e senador. ‘É coisa de gente grande!” - desconversou o ex-prefeito Toninho Lins, após pregar num culto evangélico em Rio Largo, com a Bíblia debaixo do braço.