"Editorial"SILÊNCIO DENUNCIA QUE O VOTO AINDA DORME EM SONO PROFUNDO
O silêncio nas conversas de bastidores denuncia que há alguma coisa no ar além dos aviões de carreira. A nave política circula na calada da noite em busca de novidades que não podem transmitir ainda à terra. O aeroporto aguarda notícias de Brasília para movimentar a viagem dos passageiros que, igualmente desesperados, estão coçando os cabelos.
João Caldas, que tenta voltar à Câmara Federal, quando não está no interior, só vive na capital das grandes decisões. Preocupado com o fechamento da CPI da Covid, Renan Calheiros não tira os olhos das articulações da sucessão. Aqui, as reuniões viram a madrugada, mobilizando forças políticas que preferem ficar por trás das cortinas, enquanto a cidade dorme.
Enquanto isso, as pesquisas não encontram respaldo nas ruas, que estão sem acreditar no voto. Respostas frias, geladas, os entrevistadores desanimam com a situação das pessoas, que reclamam de falta de emprego e da barriga vazia. Com a redução do tom do coronavirus, a luta agora é por comida no prato batem no bucho dos que passam o dia sem fazer nada.