"Editorial"VILLANOVA, VOZ PADRÃO, GOLEIRO, ESCRITOR, JORNALISTA E AMIGO

Inauguração da TV Gazeta, sonho do senador Arnon de Mello, Ailton Villanova estava lá, muito jovem. Primeira notícia no jornal da noite era dele, botando a imagem como primeira estrela da telinha puramente de Alagoas. Fez uma carreira brilhante, atuando em todos os segmentos do jornalismo, muitas vezes não reconhecido pelo seu profissionalismo.
Levado ao ramo através da amizade do meu irmão Rosalvo, com o hoje procurador de Justiça Afrânio Roberto Queroz, fui recebido por ele. Coração grande, gostava de ajudar aos principiantes e, com 14 anos, fui escalado como repórter de rua. Referência maior da imprensa, comportamento exemplar, era o íncole que nunca vestiu camisa de primeiro.
José Barbosa de Oliveira, chefe duro, sentiu a falta do locutor de plantão a partir da meia noite. Villanova havia avisado, por telefone, ter sofrido desarranjo instestinal e, doente, ía pra casa descansar. No outro dia, o diretor soube que ele havia entrado no Clube Português, com as mãos pra cima, na abertura do carnaval, aplicando multa e uma suspensão.
Contador de história, havia iniciado um livro sobre o bairro de Bom Parto, dos tempos da fábrica Alexandria e do Colégio Brandão Lima. No esporte, jogou de goleiro, no Rener, do Cabeção, do inesquecível campo da Vila Operária. Homem de bem, fidelidade aos amigos, deixa esposa, filhos, netos e uma legião de admiradores, que conhecem sua importância.