"Editorial"POLÍTICA TIRA FORTUNA DE JOÃO LYRA QUE MORRE LONGE DE APROVEITADORES

Pior do que jogo de baralho, que arranca a calça dos otários pelo pescoço, a política vicia e esfola. Não adianta insistir porque, ingressou pela porta da frente, sai nu, escondido pelo quintal, sem bolso para guardar a carteira. Quem consegue escapar se transforma da água para o vinho, trocando de religião e pagando promessas para todos os pecados.
Homem mais rico de Alagoas, empresário João Lyra jogava em todas as posições, batia escanteio e fazia o gol de cabeça. Na onda dos interessados no seu dinheiro, aceitou ajudar financeiramente os que lotavam, olho grande, o seu escritório. Depois, caiu na besteira de ser suplente de senador, presidente do CSA e, em seguida, chegou rápido à Câmara Federal.
Empolgado, vestiu a camisa de candidato a governador, gastou grande parte do patrimônio e sentiu ter caído numa emboscada. Olhou pra trás, não viu ninguém e constatou que os “amigos”, que secaram o cofre, eram de ocasião. Solitário, sem ninguém para conversar, perdeu o chão, adoeceu e virou prova de que o voto é um instrumento que só produz destruição.