"Editorial"400 REAIS DE AJUDA SE DILUEM EM SETE DIAS SÓ COM ALIMENTAÇÃO
Governo faz festa, de olho nas eleições do ano que vem, para conceder o auxílio emergencial aos famintos. A política deveria exibir outra cara e jogar dentro das quatro linhas em nome da moralidade que o povo, nas ruas, proclama ao entrar nas urnas. Depois de vitoriosos, os candidatos esquecem as esquinas, fogem dos compromissos, ficam fora do retrato.
Lisa, sem emprego, humilhada, sem ter para quem apelar, massa de manobre não se livra nem nos 30. Quatrocentos reais no bolso, com a inflação galopante, os bacanas gastam numa simples farra fora de casa. Não dão para primeira refeição, dividindo a ajuda em trinta dias. Vinte reais por semana, em sete dias, ultrapassam o limite da esmola que, estendendo a mão, pedinte fatura na primeira etapa.
Lenha sendo destruída na Amazônia, botijão de gás pela hora da morte, feijão e farinha viraram comida de rico. Filhos desempregados, pais fora do mercado de trabalho, país precisa de pulso firme e decisões honestas para enfrentar a fogueira do inferno. “Desse jeito, a vida perdeu o sentido!”” - manifestou indignação o ex-vereador Thomáz Beltrão.