"Editorial"MUITOS CORREM, PROCURAM A FAIXA, MAS A SORTE FOGE PELA JANELA

Velho Palácio dos Martírios, substituido por um prédio de vidro, ao lado, sempre foi e continuará sendo o sonho de consumo do pequeno ao grande. Botou o pé na política, ganhou uma eleição, sobe à cabeça a cobiçada cadeira, despachando documentos importantes.
Muitos se elegem vereador, dizem que estão satisfeitos com a missão mas, no fundo, não podem passar pela Praça dos Martírios. Um deles, deputado estadual, se envergava quando jogava a vista, por engano, na entrada do Comércio, virando a cara com a mão no rosto.
Senador ou federal esfrega as mãos certo de que, não acontecendo agora, caminho está aberto pela importância que o cargo oferece. Passam vários mandatos só pensando naquilo, embora a sorte se esconda dele, com medo do que poderá acontecer ao botar a faixa no peito.
Alguns desembarcam com a estrela na testa, como Arnon de Mello e Muniz Falcão, empurrados pela multidão. Mais recentes, Divaldo Suruagy, Guilherme Palmeira e Teotonio Vilela, passeavam nas ruas cumprimentando o povo e apertando mãos, manias que as ruas gostam.